JRN/ VN

Jornal Ribeirão das Neves, integração Venda Nova

 

Ensinar e aprender na atualidade

De olho em um futuro melhor a educação vem se modificando, ainda que de forma bem lenta. Estudiosos começam a entender que da forma como estamos dificilmente chegaremos ao topo no ranking dos países desenvolvidos. Desta forma, algumas mudanças, aqui e ali, vêm mostrando que alguma coisa tem que ser feita. A Reforma Educacional tornou-se amiúde a grande palavra de ordem no vocabulário de nossos representantes políticos (resta saber quando será de fato efetivada).

 Do modo como a sociedade hoje se encontra – informatizada, com trágicas mudanças sofridas no seio familiar, e como conseqüência desta, perdas de valores outrora conservados – tornou-se trivial que o tradicional método do professor (ensinar) X aluno (aprender) já não seja mais tão eficaz como em outros tempos.

Novas buscas na melhoria do ensino-aprendizagem vêm sendo feitas, e como conseqüência novos paradigmas vão emergindo em detrimento dos já considerados por especialistas como tradicionais. Exemplo disso é a valorização da cultura do estudante enquanto um ser que possui vivências as quais precisam ser trabalhadas e não excluídas do universo escolar. Projetos de escola integral, que visem melhorar a situação do estudante nas aulas – devido ao trabalho que os pais exercem, tirando com isso qualquer possibilidade de apoio que possa ser oferecido aos filhos, ou até mesmo pela ajuda que eles, mesmo em casa, não podem conceder dependendo de seu nível de instrução. O ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) exigindo cada vez mais uma bagagem sólida e diversificada, capaz de fazer com que os estudantes apresentem todo o seu potencial de habilidades e competências tão exigidas na contemporaneidade. Percebeu-se que o cotidiano é tão importante quanto o português, a matemática, a história, etc., e passa a dialogar com diversas áreas que até então permaneciam isoladas. Surgem novas nomenclaturas (Educação Básica ao invés de ensino fundamental e médio), e as ciências humanas, exatas e da natureza, passam a trazer as tecnologias ao seu lado.

Já não é mais suficiente decorar a fórmula do delta: Δ=b²-4ac, ou apenas saber que a Idade Média começou no ano de 476 d.C., com a “queda” do império romano do ocidente, e que teve fim no ano de 1453 com a tomada de Constantinopla pelos turcos. Isso continua fazendo parte do processo de ensino-aprendizagem, mas não constitui o conhecimento em si. Com isso novas expectativas vão alcançando seu espaço no processo de ensinar e aprender, bem como aprender a ensinar.

E mesmo com algumas poucas iniciativas (como as já citadas acima) ainda há um longo caminho que se percorrer, como sanar os conflitos existentes entre professores e estudantes, com políticas de valorização do professor. Acabar com o analfabetismo, que atualmente se encontra no patamar de 14 milhões e melhorar a qualidade do ensino para atrair alunos e educadores.

É sabido que há muito tempo o Brasil desponta uma posição lastimável no ranking educacional como vem apontando os índices freqüentemente. Está na hora dos desafios se tornarem assunto relevante na pauta de nossos representantes para que o país possa de fato avançar, mas, numa perspectiva de avanço significativo, que abarque o social em sua totalidade, e não mais se prenda às medidas as quais optarão por administrar os resultados do problema, ou invés de agir na raiz do mesmo.

 

Igor Bruno Cavalcante dos Santos

Graduando em História pelo Uni-BH

E-mail: igorcavalcante-historia@bol.com.br

Indianara Cavalcante dos Santos

Pedagoga. Pós-graduada em Alfabetização e Coordenação Pedagógica

E-mail: indycaval@bol.com.br

Texto publicado no jornal JRN/ VN em Novembro de 2010